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Seis vezes mais alimentos vindos do oceano

21 de abril, 2020
By The Explorer
School of capelin

Maria Tenningen/Institute of Marine Research

Os oceanos podem fornecer grande parte dos alimentos necessários para abastecer a população mundial, que não para de aumentar. Para dar conta da crescente demanda, será necessário aprimorar o gerenciamento oceânico, implementar novas tecnologias e promover a expansão sustentável da aquicultura marinha, o que será muito importante.

Isso foi destacado no documento “The Future of Food from the Sea” (Em tradução livre: O Futuro dos Alimentos a partir dos Oceanos), o primeiro de 16 “Blue Papers” encomendados pelo Painel de Alto Nível para uma Economia do Mar Sustentável, e que foi publicado em novembro de 2019.

Este Blue Paper conclui que um melhor gerenciamento dos recursos marítimos e a implementação de inovações tecnológicas podem permitir que a quantidade de alimentos obtidos a partir do mar seja multiplicada por seis, em comparação aos níveis atuais. Isso representa mais de dois terços da proteína animal necessária para alimentar a crescente população global.

Many colorful fish farms in a fjord

Skala Maskon

Recomendações sobre potenciais e limites da produção

A perspectiva mais aceita é a de que o limite de produção para a pesca por captura já foi alcançado. O Blue Paper defende, ao contrário, a ideia de que a redução da pesca predatória, o uso mais eficiente da pesca e o aumento da produção de recursos com a pesca reduzida poderiam elevar em 20% os resultados da pesca por captura, sob as mesmas condições de pressão por pesca.

Além disso, o relatório aponta que a aquicultura marinha (maricultura) oferece os maiores ganhos potenciais para a produção, porque esta não será limitada pelas mesmas condições biológicas e ecológicas que a pesca por captura. Inovações também são necessárias neste âmbito, principalmente no sentido de encontrar ingredientes sustentáveis e alternativos para rações e de combater doenças, parasitas e os impactos ambientais negativos.

“Trata-se de um relatório importante, baseado em conhecimentos sólidos, que nos faz caminhar mais um passo rumo a contemplar o potencial dos oceanos e os desafios existentes”, afirma Geir Huse, o diretor de pesquisa do Institute of Marine Research – IMR.

Fishers dressed in orange rain gear cleaning brushing larvae of a large trawl net

Erlend Astad Lorentzen/Institute of Marine Research

O modelo norueguês de gerenciamento oceânico

O Blue paper estima que o oceano possa fornecer 364 milhões de toneladas adicionais de proteína animal no futuro, mas isso depende das melhorias a serem implementadas no gerenciamento da pesca. Segundo Huse, a Noruega tem muito a oferecer neste quesito. “A Noruega já investiu muito em gerenciamento do mar e, inclusive, lucramos com isso, através da extração sustentável de recursos. Nosso sistema de gerenciamento é baseado em pesquisa e em conhecimento, além de regulações corporativas e controle. Certamente, este modelo é capaz de aportar soluções a alguns dos desafios indicados no blue paper”, ele afirma.

Different fish species from the Barents Sea

A contribuição norueguesa ao Blue Paper

O diretor do programa do IMR, Peter Haugan, é um dos três copresidentes do Painel de Alto Nível formado por especialistas e, nesta condição, representou o instituto no lançamento do Blue Paper, realizado em Roma. A professora Linda Nøstbakken, que integra a NHH Norwegian School of Economics, foi a autora norueguesa que contribuiu para o relatório.

A versão original do artigo foi publicada no site do IMR em 19 de novembro de 2019. Autora: Marie Hauge.

Para obter maiores informações, favor contatar Geir Huse.